Saúde

Harmonizando-se com o sol

A matéria a seguir transcrita é de autoria do jornalista Felipe Alberto F. Jannuzzi. Ela foi escrita já há alguns anos mas, como o tema permanece relevante e de interesse para o público, decidimos reproduzi-la aqui. O Jornal Terceiro Milênio agradece a Felipe Jannuzzi por esta contribuição.

O verão está aí. E os dias quentes e claros, com sol a pino, somados às férias, tornam programas e idas à orla, às praias e piscinas uma constante. A ordem é aproveitar e curtir a estação ao máximo. Só que, nesse roteiro, um elemento tem de estar obrigatoriamente presente. Esse elemento é a precaução. Nesse período são detectados muitos males e doenças típicas do verão. E a Sociedade Brasileira de Dermatologia afirma que, apesar de todas as informações e campanhas, muitos brasileiros ainda não se protegem adequadamente dos efeitos prejudiciais do sol.

O dermatologista e cirurgião Roberto Francisco F. Ebecken concorda com a afirmação: “Nessa época do ano existe uma freqüência muito grande de processos micóticos devido ao uso mais abusivo de piscinas, que algumas vezes não estão tratadas devidamente, e praias, que podem estar com níveis de coliformes fecais além do limite. Mas o que realmente predomina são os processos relacionados à forma inadequada de exposição à luz solar. O excesso de exposição ao sol torna alta a incidência de doenças graves como o câncer de pele”.

Raios ultra-violeta

Cuidados e prevenções são necessários. Lamentavelmente, a emissão, cada vez mais acentuada, de gases poluentes vem contribuindo para o aumento da destruição da camada de ozônio, que é uma espécie de filtro natural da ação nociva do sol. Com isso, os raios ultra-violeta, que são os causadores do câncer de pele, chegam mais facilmente e intensamente à superfície cutânea. Existem três tipos de raios ultra-violeta: UVA, UVB e UVC.

O UVA está diretamente ligado ao envelhecimento cutâneo, o UVB é o responsável pela queimadura e vermelhidão da pele, além de ser o determinante no processo cancerígeno. O UVC tem participação restrita no processo, já que pouco chega à pele.

Outro bom alerta vai aí: o doutor Roberto Ebecken afirma que é errado pensar que somente as pessoas claras estão sujeitas à doença. O dermatologista atenta para o horário de exposição ao sol e destaca a importância do uso de filtro solar e, se for o caso, até mesmo de bloqueador, que é feito de substâncias que rebatem a luz solar, não deixando os raios penetrarem. Afirma ainda que, na época de verão, até mesmo nos dias nublados verifica-se uma parcial ação dos raios ultra-violeta e evidencia a importância da conscientização:

“Todos necessitam do filtro, mas eu recomendo às pessoas de cútis clara, que só se queimam ou se queimam com um leve bronzeado, o uso do bloqueador. O fundamental, além do uso do filtro, é o horário de exposição ao sol. A Sociedade Brasileira de Dermatologia condena a exposição no horário das 10 às 15 horas, adaptando para o horário de verão, das 11 às 16 horas. O câncer de pele se dá em face da associação dos raios UVA, que envelhece a pele, e UVB, que induz ao câncer propriamente dito. E nesse horário os raios detém bastante força e a associação é mais intensa, daí o cuidado que devemos ter”.

Prevenção

A Sociedade Brasileira de Dermatologia aconselha a, além do protetor solar, usar-se chapéus, camisetas e que as barracas utilizadas na praia sejam de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável; 95% dos raios UV ultrapassam o material.

O dermatologista Roberto Ebecken finaliza ressaltando a importância de não se criar uma “paranóia”, não se levar a questão ao extremo, não ver o sol como “vilão”e sim como “energia vital”. Pois é isso que o sol é: “energia vital”! Segundo o especialista, devemos sim é aprender a lidar com o sol, e buscarmos uma gradativa absorção desses hábitos e cuidados. E termos sempre em mente que “prevenção é o melhor remédio”.

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