Ação Social

Reformar é preciso

Palmas para grandes heróis: o Pastor Francisco Ribeiro e o Arquiteto Rafael Vasconcelos. Esses foram os fundadores do Projeto Revitalizares!

Leia essa matéria até o fim para conhecer a linda e contagiante história do projeto que nos beneficia à todos, embelezando nossa cidade com seu trabalho de muita competência. Basta ver as escadarias e lugares antes totalmente intransitáveis que se beneficiaram desse projeto.
Todos nós podemos ajudar também e deixamos abaixo os telefones para contato e a rede social. Eles terão um imenso prazer ao receber sua visita ou sua mensagem.

Contatos: 21 97001-5549 (Rafael) / 21 96933-5899 (Pr. Francisco)
Instagram: @revitalizares

O Projeto Revitalizares! surgiu como um projeto voluntário com objetivo inicial de transformação de um lixão clandestino a céu aberto. Posteriormente, agregou-se ao processo de revitalização a paginação em mosaicos dos espelhos de uma escadaria através de formas orgânicas em variadas cores (Escadaria do Morro do Cruz) e formas geométricas (Escadaria do Grajaú), além de paginação em mosaicos de toda a letra da música popularmente conhecida como “Se Essa Rua Fosse Minha”.

Após novas propostas de revitalização, deu-se início a uma nova jornada artística através da criação dos “mega mosaicos autorais”, como a obra “A Ultima Ceia da Escadaria” e as artes dos muros do Quartel do Corpo de Bombeiros da Tijuca, Rio de Janeiro.

A HISTÓRIA

Em 2018, o Pr. Francisco Ribeiro, morador da Tijuca, juntou-se ao Arquiteto Rafael Vasconcelos e alguns moradores locais para transformar em jardim um antigo lixão que ficava ao lado da Escadaria da Rua Senador Mário Ramos, na Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. Esta intervenção foi realizada com trabalho voluntário, utilizando materiais doados pelos próprios moradores e alguns empresários.

Após a revitalização deste local com a criação de jardins irrigados por um sistema autossustentável, a escadaria começou a ser ornada com um grande mosaico planejado para seus 211 espelhos. A inspiração foi a Escadaria Selarón, e a ideia era tornar o lugar conhecido e, consequentemente, preservado.

O trabalho foi retomado apenas em 2021, após uma interrupção de cerca de dois anos em razão da pandemia de COVID-19, quando passou a contar com a ajuda da Subprefeitura da Grande Tijuca. O resultado na Escadaria da Rua Senador Mário Ramos foi tão positivo que o Subprefeito da região convidou o Arquiteto e o Pastor realizassem a revitalização de um novo espaço público: a Escadaria do Grajaú – que se encontrava em péssimo estado de conservação. Este novo projeto seguiu os moldes do anterior, ou seja: trabalho voluntário sustentado por doações.

Iniciado em 04 de setembro de 2021, o projeto de revitalização da Escadaria do Grajaú foi dividido em duas etapas.A primeira consistiu no processo de colagem dos cacos de azulejos, que teve as primeiras peças assentadas pelas mãos do Pastor Francisco Ribeiro, acompanhado pelo Arquiteto Rafael Vasconcelos e pelo Sr. Luiz Nóbrega (amigo e vizinho do pastor). Esta etapa estendeu-se por mais 18 encontros, durante os quais quatro novos voluntários integraram o grupo original. Três destes novos voluntários eram moradores do Grajaú: Rafael Alencar, Khonan Ian Gamba e Márcio Loureiro. O quarto voluntário foi Pedro Alfredo – angolano e morador do Bairro Rio Comprido. Este grupo trabalhava nos finaisde semana e feriados, com jornadas de trabalho voluntário de até 14 horas sob o forte sol carioca e até mesmo sob chuva.

A inauguração da Escadaria do Grajaú ocorreu no dia 05 de dezembro de 2021 após três meses de trabalho intenso e sob as condições climáticas as mais diversas. Um detalhe adicional fez da escadaria do Grajaú um local de múltiplas experiências culturais: a letra da música “Ciranda Número 11”, de autoria de Heitor Villa-Lobos e popularmente conhecida como “Se essa rua fosse minha”, foi grafada ao longo dos degraus, permitindo ao transeunte uma imersão sensorial particular na medida em que desce a escadaria lendo (e cantando!) esta tradicional música brasileira, muito presente no sentimento cultural.

Cissa Alves

Produtora e repórter do Jornal Terceiro Milênio.